quinta-feira, 23 de setembro de 2010

broken-not-broken heart.

ofereceste-me um livro, capa dourada, pesado.
ofereceste-me uma caneta, prateada, com os nossos nomes inscritos.
deste-me um beijo e disseste:
- este é o nosso conto encantado ainda por escrever, juntos, escrevemos palavra a palavra, linha a linha.
sorri e respondi:
- feito, mas apenas escrevemos nós os dois, sempre juntos.
concordou ele:
- sempre.

foi então no nosso verão caloroso com brisas do paraíso, deitados em campos de relva que ultrapassavam o horizonte, de mão dada, escrevemos a nossa história de encantar, não com uma princesa e um príncipe, mas sim com dois belos príncipes.
 tínhamos o nosso castelo, o nosso jardim, o nosso labirinto, a nossa rede onde nos deitávamos os dois abraçados um ao outro, onde encostava eu a minha cabeça ao teu peito e ouvia tua respiração ofegante e o teu coração acelerado.
   as nossas laranjeiras onde subíamos até á copa e víamos o nosso reino longínquo de ponta a ponta. íamos também para o monte por de trás do reino, pela selva a dentro, mergulhávamos no rio, e atirávamos-nos da cascata. sempre sorridentes e sempre juntos, de mão dada.
  era ali e agora e nada nos poderia parar, senti-me alguém, não só mais uma pessoa vulgar, mas alguém.

naquela tarde, com o sol a pôr-se, a dizer o ' adeus ', estávamos nós sentados ali na nossa rocha redonda e achatada, eu com a cabeça no teu colo e tu a mexeres-me no cabelo.

- amor, algum dia, vais tu deixar de me amar?
ele sorriu e respondeu confiante:
- não sei minha perdição, mas se algum dia isso acontecer, reconhecerei que estarei a cometer o maior erro que poderei alguma vez cometer.
eu olhei-o nos olhos, e caiu-me uma lágrima:
- eu
amo-te.


' o amor não espera, arranja-te e vai tu ter com ele. agarra-lhe a mão e nunca mais largues, essa é a chave. '

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