segunda-feira, 27 de setembro de 2010

i'm fucked up or what, bitch?

por vezes a vida torna-se complicada, demasiado até. tão complicada que mesmo de bússola na mão, não fazemos ideia do que é o norte e o sul. não distinguimos o bem e o mal. nenhuma música nos satisfaz. deixamos de saber o que é sorrir com vontade. perdemos o sentido da vida, perdemos o coração e mais que tudo, a razão de continuar a viver, por mais que procuremos, não a encontramos.
  libertamos-nos de tudo e todos e percorremos o trilho que de todo nos é semelhante. dizemos adeus e demonstramos o quão indiferente estamos. olhamos para baixo pela vergonha que temos na cara. sentes, mais uma vez, falta do que alguma vez foi teu e deixou de ser. claro que uso nós como se todos fossem como eu, mas não é verdade, o nós sou eu e eu.
  senti o vento bater-me na cara, o meu cabelo a esvoaçar por ai. não falei, não olhei, simplesmente não. mas as pessoas preocuparam-se, e por muito estupido que seja, isso significou muito, tal como significaria para alguem que se sente iludido e desentendido. foi nesse momento que eu percebi, as pessoas amam-me, pelo que sou ou alguma ver serei. a razão é essa, o amor, o estimo que me dão. vocês são a minha razão. obrigado meus amores.




caros leitores, lamento desta vez ter feito um texto completamente só sobre mim, mas de facto andei um pouco em baixo ultimamente, e ainda ando, mas isto era algo que achei que deveria relatar. boas noites.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

a broken broken heart.

engoli todas as tuas palavras e acreditei em tudo o que tu me disseste. terá sido esse O erro?

dormia ainda eu, quando os primeiros raios do sol a nascer entram pela janela e me acordam lentamente, tenho voltar a adormecer, mas é inútil. respiro fundo então e sinto o teu cheiro, aquele teu cheiro doce e reconfortante,  um sorriso sai involuntariamente, viro-me para o teu lado da cama e ponho o braço a volta do teu tronco. mas não estás lá, era apenas o cheiro que deixaste para trás. gritei por ti e resposta não ouvi.
   desci as escadas, vestido com os teus boxers e a tua camisa, sem meias, senti o chão gelado arrepiar-me o corpo todo. fui á nossa cozinha, e não estavas lá. cada vez mais o coração me apertava, vi ainda as nossas fotografias no nosso frigorífico. fui á sala, ás casas de banho, á cave e ao sótão e nem sinal de ti, fiquei rouco de chamar por ti. vesti uns calções e fui ao nosso jardim, cheio de margaridas e gerberas em flor.
  subi á nossa laranjeira, até ao topo em tua procura e nada encontrei sem ser o sol por detrás das montanhas, cada vez mais brilhante. fui então ao nosso monte, procurei no nosso rio, na nossa cascata, mas encontrei mais do mesmo, vazio. fui então,  já com lágrimas na cara fui á nossa rocha vêr o resto do nascer do sol, esperando por ti. vejo então um bilhetezinho no cimo da grande pedra, ainda mais o coração apertou:

« Meu amor,
parti mais uma vez, por achar ser melhor para ambos.
reconheço que é dos maiores erros que alguma vez cometerei, tal como já antes te dissera,
mas é um erro que tem de ser cometido, para teu bem.
estou onde sempre estive, no teu coração.
um beijo. »




fiquei sem saber o que fazer, sem saber o que esperar, lágrimas pesadas escorriam e caiam no húmido solo.

pensei para mim ' será esta a última pagina do nosso livro? '.
sentei-me na rocha e pensei, o resto da manhã, olhando o belo do horizonte.
tomei uma decisão, provavelmente a melhor que poderia ter tomado em tal circunstância. corri para o castelo, e desfiz a cama atirando os lençóis pela janela, peguei na tua almofada e rasguei-a. fui á gaveta da tua cabeceira e tirei a tua caneta e o nosso livro. agarrei na primeira mala que vi, enfiei lá a caneta e o livro, pus a mala as costas e segui viagem por esse mundo fora, á tua procura. procurei onde sei que nunca te encontraria, onde tu sabes que eu nunca te procuraria.
  andei dias por ai á deriva, sem saber o que procurar, sem saber onde ir. passei fome e nem tentei dormir, era excusado.
  procurei então no teu reino, onde viveste em pequeno, onde cresceste e estavas lá tu, debaixo da tua árvore, no teu descampado. fui em passo acelerado na tua direcção quando tu me vês a vir, levantaste do chão poeirento e dizes com repugnância:
 - não tentes mudar o que já foi feito. esquece.
virou as costas e tentou evitar a conversa. agarrei-lhe no braço e empurrei-o contra a árvore. beijei-o, mentalizando-me que seria a ultima vez. olhei-o nos olhos e disse:
- desta vez não, não serás tu a desistir, a deixar de lutar por mim, por nós, não és tu que cantas a musica do adeus, não és tu que dás a despedida, desta vez serei eu, serei eu quem te dirá o ultimo olá e o primeiro adeus.
tirei o livro e a caneta da mala que carregara durante dias. puxei-lhe a mão e abri-a contra a sua vontade e pus ambos os valores na sua mão e disse:
- pega nesse livro e nessa caneta e faz disso uma história de vida, se quiseres, guarda no teu coração, guarda-me no teu coração.

pus-me em bicos de pés e beijei-lhe a testa. segui o meu caminho, para a realidade.

« vou então criar outra história, a nossa historia, outro livro, fazer de minha a tua introdução, e desta vez, vou deixar que as páginas escrevam por si próprias. »

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

broken-not-broken heart.

ofereceste-me um livro, capa dourada, pesado.
ofereceste-me uma caneta, prateada, com os nossos nomes inscritos.
deste-me um beijo e disseste:
- este é o nosso conto encantado ainda por escrever, juntos, escrevemos palavra a palavra, linha a linha.
sorri e respondi:
- feito, mas apenas escrevemos nós os dois, sempre juntos.
concordou ele:
- sempre.

foi então no nosso verão caloroso com brisas do paraíso, deitados em campos de relva que ultrapassavam o horizonte, de mão dada, escrevemos a nossa história de encantar, não com uma princesa e um príncipe, mas sim com dois belos príncipes.
 tínhamos o nosso castelo, o nosso jardim, o nosso labirinto, a nossa rede onde nos deitávamos os dois abraçados um ao outro, onde encostava eu a minha cabeça ao teu peito e ouvia tua respiração ofegante e o teu coração acelerado.
   as nossas laranjeiras onde subíamos até á copa e víamos o nosso reino longínquo de ponta a ponta. íamos também para o monte por de trás do reino, pela selva a dentro, mergulhávamos no rio, e atirávamos-nos da cascata. sempre sorridentes e sempre juntos, de mão dada.
  era ali e agora e nada nos poderia parar, senti-me alguém, não só mais uma pessoa vulgar, mas alguém.

naquela tarde, com o sol a pôr-se, a dizer o ' adeus ', estávamos nós sentados ali na nossa rocha redonda e achatada, eu com a cabeça no teu colo e tu a mexeres-me no cabelo.

- amor, algum dia, vais tu deixar de me amar?
ele sorriu e respondeu confiante:
- não sei minha perdição, mas se algum dia isso acontecer, reconhecerei que estarei a cometer o maior erro que poderei alguma vez cometer.
eu olhei-o nos olhos, e caiu-me uma lágrima:
- eu
amo-te.


' o amor não espera, arranja-te e vai tu ter com ele. agarra-lhe a mão e nunca mais largues, essa é a chave. '

domingo, 19 de setembro de 2010

True

voltei a sentir-me criança, como há muito tempo não sentia. a necessidade de sorrir a toda a hora, de contar tudo a todos, de voltar a amar de olhos fechados. mas, mais uma vez, apenas mais uma ilusão que me induziu a erro, não apenas um erro, mas O erro.
  nada posso fazer para remediar, o que não tem remédio, remediado está. as lágrimas húmidas e salgadas é a única coisa que agora me resta. o mundo deixou de me ser semelhante, deixou de fazer sentido. tudo me faz relembrar o acontecimento, vezes e vezes sem conta, e apenas por ter sido criança cheguei a este estado. tenho vergonha de mim mesmo, vergonha de andar por cantos a chorar, quão baixo isso é?
  a minha bússola perdeu o seu norte e guia-me para onde quiser, ando á deriva sem rumo definido. perdi a vontade de lutar por ti, de te dar a mão, de ouvir a tua voz, de deitar a cabeça no teu peito e ouvir o teu coração.  não sei quem sou e tenho medo de saber. perdi-te antes de te ter. acabou antes de começar.
  quero partir para outro mundo, para tão longe onde não possa reconhecer nada de nada, onde mesmo que passes por mim na rua, eu não te associe a alguém, ou a ninguém. quero recuperar o que não tive e voltar a ser capaz de sorrir por espontânea vontade. agradeço-te por tudo e não te culpo por nada, contigo valeu a pena, mesmo tendo sido o maior erro que alguma vez cometi, mais uma vez, obrigado.