' nunca pensei muito na maneira como iria morrer, mas morrer no lugar doutra pessoa parece-me uma boa maneira de ir '
chorei todas as lágrimas que não eram minhas e transpirei todo o suor que não era meu. corri sem sair do sitio.
dei-te a mão e jurei não largar, não cumprindo o juramento. foges como um balão no ar.
escapas-me como água nas mãos, como fogo. cheguei ao desespero, sem nada poder fazer.
os dias vão passando, e estou sempre sentado no parapeito da janela a ver a chuva a cair sem parar.
o medo passou a ser o sentimento que me alimenta. o medo apoderou-se do meu corpo
como um virus informatico, que apanha o disco rigido e espalha a sua virose deixando o computador lento e atrasado.
dormir tem estado fora de questão, doi-me o coração. de não poder estar a teu lado, a lutar contigo.
sinto-me culpado por algo que não fiz.

como posso enfrentar o facto de perder um irmão e saber que não fiz nada? é doloroso demais, é demais para mim.
deixo então as minhas desculpas pelo que não fiz, e o que fiz , se fiz errado.
foste , és e serás parte de mim, levas contigo um pedaço de mim. um pedaço insubstituivel.
um ' amo-te ' é pouco, não é a palavra adequada.
promete que Lá, esperarás por mim, e que acontença o que acontecer, que me amarás, acontença o que acontecer.
*não quero que vás, não. mas prender-te neste inferno é ser cruel, não te proporcionarei tal mal.
amo-te meu irmão, um beijo.
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