sábado, 21 de agosto de 2010

o teu fim?

nunca tive tanto medo do fim como agora, do teu fim.


' nunca pensei muito na maneira como iria morrer, mas morrer no lugar doutra pessoa parece-me uma boa maneira de ir ' 


chorei todas as lágrimas que não eram minhas e transpirei todo o suor que não era meu. corri sem sair do sitio.
dei-te a mão e jurei não largar, não cumprindo o juramento. foges como um balão no ar.
escapas-me como água nas mãos, como fogo. cheguei ao desespero, sem nada poder fazer. 

os dias vão passando, e estou sempre sentado no parapeito da janela a ver a chuva a cair sem parar.
o medo passou a ser o sentimento que me alimenta. o medo apoderou-se do meu corpo
como um virus informatico, que apanha o disco rigido e espalha a sua virose deixando o computador lento e atrasado.
dormir tem estado fora de questão, doi-me o coração. de não poder estar a teu lado, a lutar contigo.
sinto-me culpado por algo que não fiz.
ter-te foi uma bença, foste o braço direito e o esquerdo. foste o que me puxou quando mais precisei e agora que chegou a altura de retribuir não há nada que eu possa fazer. sinto-me inutil.
prometo que chorarei, é inevitável.
como posso enfrentar o facto de perder um irmão e saber que não fiz nada? é doloroso demais, é demais para mim. 

deixo então as minhas desculpas pelo que não fiz, e o que fiz , se fiz errado. 
foste , és e serás parte de mim, levas contigo um pedaço de mim. um pedaço insubstituivel. 
um ' amo-te ' é pouco, não é a palavra adequada. 
promete que Lá, esperarás por mim, e que acontença o que acontecer, que me amarás, acontença o que acontecer. 
*não quero que vás, não. mas prender-te neste inferno é ser cruel, não te proporcionarei tal mal.


amo-te meu irmão, um beijo. 

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